OVG passa a apostar mais na qualificação profissional do que em assistencialismo
Segundo diretora-geral, principal foco da instituição tem sido capacitar pessoas e continuar a desenvolver gestão organizacional mais qualificada
Fernanda Garcia
A assistência social vai além da doação de benefícios. É o que explica a diretora-geral da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), Idelma Rodrigues, que foi empossada há quase três meses, acompanhando a nova gestão estadual administrada pelo governador José Eliton. Nesse processo de transição, a principal agenda da entidade tem sido intensificar a modernização de suas políticas sociais por meio da profissionalização interna e assessoria às instituições filantrópicas cadastradas.
A OVG apoia 418 entidades beneficentes que atendem crianças, idosos, dependentes químicos, pessoas com deficiência e famílias em situação de vulnerabilidade social. O suporte oferecido abrange tanto doações quanto orientações administrativas. Este último, no entanto, tem sido tomado como propósito basilar para a instituição, de acordo com Idelma Rodrigues. “A principal mudança vem da profissionalização na atuação da área social”, afirma.
A diretora-geral da Organização destaca que é importante enxergar as demandas sociais com um olhar progressista, para que a assistência oferecida pela instituição provoque impactos positivos permanentemente. “Hoje em dia, é necessário em todas as áreas que se faça uma gestão mais profissionalizada voltada para o próprio negócio. É o caso da OVG. A gente tem buscado a profissionalização interna e ter um corpo técnico mais preparado para a gestão organizacional em relação aos assuntos sociais”, explica. Para Idelma, oferecer capacitação para as pessoas trabalharem na esfera social estimula resultados mais intensos e duradouros.
As instituições filantrópicas cadastradas na entidade são beneficiadas de diversas formas, com doações, treinamento e incentivo ao voluntariado, como o Projeto Minha Oportunidade, organização não-governamental fundada em 2012, que funciona como um centro de prevenção às drogas em Aparecida de Goiânia. Segundo o presidente do projeto, o pastor José Lino, hoje 125 famílias e 75 crianças são beneficiadas. O trabalho procura, por meio da prática de esportes, aulas de reforço e outras atividades, colaborar na garantia do direito de crianças e adolescentes.
Desde 2013, a instituição integra a lista de cadastro da OVG, recebendo alimentos e outros tipos de assistência, como cursos de voluntariado. “É de grande importância para o desenvolvimento da instituição a ajuda da OVG. Nós recebemos alimentos, como arroz, feijão, fubá. Além disso, já recebemos treinamento preparando as pessoas para o atendimento na entidade e para ser voluntário”, ressalta o pastor.
O trabalho realizado pelo projeto é focado na educação e na integração de crianças e adolescentes para que se tornem cidadãos conscientes. O pastor José Lino assinala: “Se investirmos em educação, não precisaremos construir mais e mais presídios”. A associação conta com 12 voluntários e, segundo ele, a doação de trabalho é tão essencial quanto as contribuições materiais. “É importante que as pessoas venham aqui e façam visitas. Estamos abertos para quem quiser conhecer”, diz.
De acordo com Idelma Rodrigues, o processo de modernização da Organização está diretamente ligado a essa qualificação profissional. “Hoje a assistência social não é doação de benefícios. Isso faz parte, mas é apenas um item que compõe a assistência social. Às vezes, é mais importante você prestar uma orientação técnica a uma instituição para que ela se profissionalize”, esclarece. Segundo a diretora, algumas entidades carecem de instruções sobre questões mais burocráticas, como captação de recursos e firmamento de convênios.
Intensificação
Fundada em 1947, a OVG busca, segundo seu plano institucional, promover em Goiás trabalhos de assistência social a fim de reduzir a desigualdade e oferecer atendimento para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Com programas como Bolsa Universitária e Show de Natal, a entidade realiza cerca de 3 milhões de atendimentos por ano, contando com parcerias com o governo estadual, prefeituras e instituições da sociedade civil.
Os atendimentos são prestados para pessoas em todo o Estado. A população pode solicitar doações como cadeiras de rodas, muletas, fraldas, andadores, enxovais de bebês e mantimentos em geral. Segundo a organização, milhares de produtos são repassados anualmente. E, no caso das entidades sociais, os benefícios se dão também por meio de doações materiais e do assessoramento, para que possam aprimorar sua própria administração interna.
As ações que já têm sido executadas são de extrema relevância, de acordo com a diretora-geral Idelma Rodrigues, e por isso serão intensificadas. Promover a capacitação e profissionalização técnica é um dos pontos mais caros à gestão do órgão. “Essa prestação de assistência a essas entidades é uma nova característica, que já é um papel que a OVG vem desempenhando, mas agora a gente está buscando intensificar e fazer uma parceria mais próxima”, afirma.
Conforme a diretora, a lógica funciona como uma reação em cadeia: a partir dessa qualificação obtêm-se uma série de outros benefícios, como mais recursos, tanto humanos quanto materiais e tecnológicos. Novos planos de políticas sociais estão em fase de análise para serem implantados em breve. Idelma já adianta que os programas existentes devem continuar com suas ações, no entanto, novas propostas serão agregadas.
“São programas muito importantes para a população e que tiveram impacto grande na vida das pessoas. Então, a ideia é continuar, mas reformular, agregando serviços e novas propostas. Em breve, lançaremos o novo Bolsa Universitária, que irá trazer uma nova versão, com uma perspectiva amadurecida de um programa que já tem dado certo”, pontua.
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